Na Odontologia brasileira – que a cada semestre renova seu mercado com novas levas de profissionais na faixa dos vinte e é, praticamente, dominada por cirurgiões na casa dos trinta – pensar em senhores e senhoras com mais de 65 anos ainda trabalhando em seus consultórios pode causar certa estranheza.

Numa época em que, para ser bom, tudo precisa ser novo, moderno e descolado faz sentido que os pacientes esperem que os dentistas também sejam. Mas desde quando idade virou garantia de um bom trabalho?

Para essa pergunta pode não haver uma resposta exata, mas para o preconceito que ela envolve, sim: em 1969, o médico gerontólogo e psiquiatra Robert Neil Butler utilizou pela primeira vez o termo “ageism”, que em tradução livre seria algo como “idadismo”. Na prática, representa o tipo de preconceito que utiliza a idade como fator discriminatório.

A realidade que supera expectativas

Lisa Newburger, colunista do portal norte-americano Modern Dental Network, relatou com sinceridade a própria experiência em um texto que discutiu o “idadismo”.

Ao chegar ao consultório de seu periodontista e se deparar com uma nova assistente, que visivelmente aparentava ter pelo menos o dobro da idade de sua antecessora, Lisa não conseguiu esconder a surpresa e precisou controlar sua reação.

Por sorte, a nova assistente – de nome Serena – tinha mais de 30 anos de experiência e isso, por mais paradoxal que possa parecer, acabou tranquilizando a paciente naquele momento. “Ela foi muito amável. Tomava notas e ouvia com atenção tudo o que eu relatava. Sim: fiquei receosa com o fato de ela ter mais de 60 anos, mas fui surpreendida pelo seu excelente trabalho”, escreveu Lisa.

Infelizmente, situações como a de Serena são muito comuns, e não é à toa que muitas empresas passaram a criar vagas exclusivas para maiores de 60 anos – e os frutos que elas estão colhendo, diga-se de passagem, não poderiam ser melhores.

A importância da experiência

Como escreveu Lisa em seu texto, “um profissional mais experiente traz consigo a maturidade e os anos de habilidades e conhecimentos necessários para entender o que o paciente precisa”. Se para os pacientes toda essa bagagem é positiva, é indiscutível que para os colegas de trabalho ela acaba sendo ainda mais.

O contato diário com um profissional de bagagem robusta enriquece a equipe e aprimora processos que os mais jovens às vezes não dominam muito bem justamente porque lhes falta experiência, exatamente o que sobra para os mais velhos.

O futuro da Odontologia e a reforma da previdência

Em tempos de reforma da previdência, tem-se ao menos uma certeza entre as inúmeras dúvidas que envolvem o tema: os mais experientes ficarão na ativa por mais tempo – em todas as áreas, inclusive na Odontologia.
O que deverá (e precisará) envelhecer, felizmente, são alguns preconceitos.

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